A IDEIA DE
“BELO” E “FEIO” SOB A PERSCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO DOS ALUNOS
Autora: Lenna Mayara Rodrigues de
barros (bolsista PIBID/Letras-UFSCar)
Co-Autor: Tiago Henrique da Silva
Gomes (bolsista PIBID/Letras-UFSCar)
Orientadora: Luzmara Curcino Ferreira
(orientadora PIBID/Letras-UFSCar)
Letras/Espanhol - UFSCar
PIBID - CAPES
As atividades
trabalhadas em sala tiveram como tema
A IDEIA DE “BELO” E “FEIO” SOB A PERSCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO DOS
ALUNOS. As atividades se deram
de duas formas: na teoria e na
prática. Na teoria fizemos aulas expositivas e debates; a prática se constituiu
da produção escrita de contos de fadas a
partir de suas interpretações sobre
o “belo” e o “feio”, tendo como base o conteúdo já
apresentado teoricamente, através dessas produções foi-se possível
questionar a motivação para tal
produção e a reescrita dos contos buscando corrigir
erros de linguagem e da norma padrão da
Língua Portuguesa. Ainda na parte teórica foi realizado um pequeno comparativo
entre a “flor de lótus” – que representa a deformação dos pés das mulheres
chinesas no período da dinastia Song e o filme Shrek III. Utilizamos também como
base teórica, três artigos: um artigo da Profª Mestre
Ana Claudia Oliveira Fernandez Gil; outro da Profª Drª
Bruna Longo Biasioli e da Profª
mestre Gleisy Vieira Campos. Tendo como
base o tema do conceito de “belo” e “feio” nos contos de fadas, foi possível realizar
atividades escritas com os alunos, objetivando a criatividade deles; e a partir
de daí conhecer o que eles assimilaram do tema debatido. Eles escolheram seus títulos, suas princesas,
seus mocinhos, seus castelos, e tudo mais que a imaginação dispusesse para pôr no
papel. Essas atividades escritas nos
possibilitaram também trabalhar a reescrita, buscando a corrigir erros de
através da norma padrão da Língua Portuguesa.
As atividades teóricas e práticas nos deram um aporte para a
aprendizagem como um todo, através de discussões que visavam a participação em
sala, a formação de opiniões próprias, a diferença entre a língua falada e a
língua escrita através dos textos produzidos, deixando que eles mesmo se
corrigissem numa reescrita utilizando a gramática normativa. Todas as atividades contribuíram para o
desenvolvimento cognitivo de cada aluno.
Palavras-chave: contos de fadas, padrões e mídia, Shrek e
Fiona e “concepção de belo e feio”.
ESTUDO DO
TEMPO E DO ESPAÇO EM JOÃO
TERNURA, DE ANÍBAL MACHADO
Jonas Marques de Freitas. Prof. Dr.
Adalberto Luis Vicente; jmf.massis@gmail.com, dal@fclar.unesp.br
Letras, Faculdade de Ciências e
Letras – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Este trabalho faz um estudo do único romance de Aníbal
Machado, João Ternura, um romance atípico, iniciado por volta de 1926 e
publicado apenas em 1965, após a morte de seu autor. Rompendo com a tradição,
atitude bem modernista, João Ternura não é apenas prosa: há partes do livro que
são poemas que refletem o interior da personagem, há cartas, há manifestos,
etc. Nesse romance tão esperado pelo público, “[...] a inovação se faz
presente, por exemplo, na ruptura do gênero, no uso de justaposições, pela
fragmentação da narrativa, pela linguagem coloquial, dentre outros aspectos”
(TEIXEIRA, 2005, p. 92). O objetivo desse estudo é mostrar como se configuram
as categorias do tempo e do espaço nesse romance moderno, verificando o modo
como esses elementos revelam a presença de fragmentação na obra. O estudo da
obra teve início com a leitura de Introdução à análise do romance, de Yves
Reuter (1995). Assim, com as noções introdutórias dos elementos da narrativa,
foi possível destacar dois desses elementos para serem estudados mais
profundamente. Para haver base para analisar o romance, foi feita a leitura de
Guia prático de análise literária, de Massaud Moisés (1970). Além disso, para
uma melhor compreensão sobre o livro e seu autor, foram lidos também a
dissertação João Ternura: romance de uma vida, de Teixeira (2005), e os textos
que introduzem o romance de Machado (1965), um de autoria de Renard Perez, e
outro de Otto Maria de Carpeaux. Para melhor compreensão sobre espaço e tempo,
forma lidos textos teóricos de Rosenthal (1975), O Universo fragmentário, e de
Nunes (1988), O tempo na narrativa. O estudo sobre espaço e tempo ainda está em
fase inicial, portanto não há muitos resultados a serem apresentados.
Percebe-se logo que uma análise linear do livro é quase impossível, devido à
fragmentação presente na obra. É possível observar que “o espaço dilata-se cada
vez mais [...], e a concepção de tempo dilui-se na irrealidade” (ROSENTHAL,
1975, p. 53). Esses fenômenos se manifestam na própria estrutura fragmentada da
obra, que traz ao leitor a visão de mundo de João Ternura, o homem moderno no
mundo. Sobre sua obra, Machado (1965, p. 5) afirma: “Tratando-se de livro que
não é romance no conceito usual da palavra, fiz o possível usando elipses e
equilibrando planos, por assegurar-lhe certa unidade de composição sob a
descontinuidade aparente dos fragmentos”. Fragmentos esses que retratam João,
que vai, que vem, some, isola-se. Retratam também seu mundo, ou o seu não lugar
nele, já que estava sempre desencontrado. O romance, por ser uma obra moderna,
apresenta de modo fragmentado as categorias de tempo e espaço no corpo da
narrativa, para assim conseguir retratar o homem moderno.
Palavras-chave: Tempo. Espaço. João Ternura.
EPPUR SI
MUOVE: MEMÓRIA, HISTÓRIA E BRICOLAGE NA OBRA DE IGNÁCIO DE
LOYOLA BRANDÃO
SILVEIRA, Raquel Mariane da (autora);
ROCHA, Rejane Cristina (orientadora)
silveira.raquelm@gmail.com;
rjncris@gmail.com
Curso de Letras, Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar)
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP)
O presente trabalho é um dos frutos da pesquisa intitulada
São Paulo do Brasil: A representação da metrópole pós-utópica em Não verás país
nenhum de Ignácio de Loyola Brandão, iniciada em julho de 2015 e desenvolvida
com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, com o
objetivo de problematizar o olhar do autor contemporâneo em relação à metrópole
paulista, considerando o contexto social, político e ideológico em que se deu a
produção desta obra, publicada em 1981, e o modo como tais questões foram
absorvidas pela economia narrativa. Objetivos: Debruçando-se sobre o presente
trabalho, parcela da referida pesquisa, tem-se como principal objetivo a
problematização da relação dialética entre realidade e ficção, presente na obra
de Loyola Brandão, bem como a linha tênue que separa a ambas, e o modo como
isto é vinculado em seu fazer literário. Deste modo, esta relação é analisada
tendo por base o termo bricolage, utilizado pelo antropólogo Claude
Lévi-Strauss em O pensamento selvagem (1962) e que designa o trabalho realizado
pelo bricoleur – aquele que não opera com matérias-primas, mas sim com
fragmentos de coisas pré-estabelecidas, sobras ou pedaços. Metodologia: Para tanto,
faz-se necessária a compreensão da geografia pessoal do autor e do itinerário
realizado por ele ao longo de sua produção, no qual destacam-se a pequena
Araraquara, a grande São Paulo e a distante Berlim, cidades que embora
distintas configuraram-se igualmente como material temático em sua obra e são
analisadas quanto às experiências urbanas que estas ofereceram ao autor. Faz-se
necessária também a problematização de questões políticas e ideológicas
referentes ao período da produção de Loyola Brandão que influenciaram a
estética de muitos de seus textos, considerando principalmente o período
ditatorial militar, a instauração e gradativa consolidação da censura, e o
esmaecimento da figura do artista frente ao censor. Resultados: Tem-se como
principais resultados da problematização sugerida, a confirmação da obra
loyolana como um documento de valor social e estético para a literatura
brasileira contemporânea, o que foi possibilitado pela busca do autor em
documentar o período por ele vivenciado ao longo de sua produção, fosse através
de diários, anotações, mapas, fotos ou artigos de jornais. Além disso,
comprova-se também o papel decisivo do autor enquanto jornalista, o que o
influenciou diretamente na composição de seus livros Bebel que a cidade comeu
(1968), Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981).
Palavras-chave:
Bricolage. Cidade. Ignácio de Loyola Brandão. Jornalismo. Literatura brasileira
contemporânea.
RELATO DE
EXPERIÊNCIA SOBRE A ATUAÇÃO DE BOLSISTAS NO
PROJETO
CIDADANIA E JUSTIÇA NA ESCOLA
Camila Ribeiro Corrêa de Moraes
camilarcmoraes@hotmail.com
Marcela Suardi da Cunha
marcelacunhaletras@live.com
Orientadora Profa. Dra. Luzmara
Cursino Ferreira luzcf@hotmail.com
Licenciatura Plena em Letras – Universidade
Federal de São Carlos
CAPES
Essa comunicação analisa nossa atuação como bolsistas do
PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) no projeto
Cidadania e Justiça na Escola, uma iniciativa desenvolvida pela ABM (Associação
Brasileira de Magistrado) para os alunos do 6o ano da rede pública de ensino,
com o intuito de ensinar os direitos e deveres do cidadão brasileiro a partir
da Cartilha da Justiça. O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Dona
Aracy Leite Pereira Lopes, sob a direção de Vera Lúcia Fregolente Chaves, a
coordenação de Noêmia da Silva, a supervisão de Idelma Inhã Dias e a orientação
de Luzmara Cursino Ferreira, professora doutora do departamento de Letras da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A professora da Sala de Leitura,
Ana Silvia Sholl, foi responsável pelo desenvolvimento e execução do projeto,
em parceria com a professora de Artes, Meire de Fátima Silva Vieira, e os
alunos dos 6o ano A e 6o ano B. Assim, o objetivo inicial do nosso trabalho foi
ensinar aos educandos os conceitos de direitos, deveres, cidadania,
solidariedade, entre outros; propiciar aos mesmos uma boa leitura e
interpretação da Cartilha da Justiça, contextualizando os exemplos citados no
material e promovendo discussões; confecção de cartazes juntamente com a
professora de Artes, para enfeitar a escola no dia da visita do juiz André de
Macedo, diretor do fórum de São Carlos, e seus convidados; e, como objetivo
primordial do PIBID Letras, organizamos oficinas de redação com ambas as turmas
a fim de retomar o conhecimento adquirido durante os meses de estudo da
Cartilha e melhorar suas competências em Língua Portuguesa. O
término do projeto se deu com a visita do juiz André de Macedo à escola, onde
os alunos fizeram uma breve apresentação de alguns dos conteúdos trabalhados.
Nossa atuação superviosionada na escola rendeu bons frutos em nosso aprendizado
como graduandas em um curso de licenciatura, pois nos proporcionou vivenciar
situações cotidianas do ambiente escolar e também pudemos observar de perto
muitos dos conteúdos da educação aprendidos por nós aqui na universidade em prática. Por isso
concluímos que ter tido a oportunidade de participarmos nesse projeto foi uma
experiência sem dúvida muito enriquecedora.
Palavras-chave: PIBID, Cidadania e Justiça na Escola,
Língua Portuguesa, Cartilha da Justiça, Ensino Fundamental.
MÁSCARAS
FEMININAS: AS FIGURAÇÕES DA PROSTITUTA E DA LÉSBICA EM HENRIQUETA EMÍLIA DA
CONCEIÇÃO, DE MÁRIO CLÁUDIO
Sacilotto, Luana. (IC - CNPQ);
Valentim, Jorge Vicente. (O);
lulisacilotto@gmail.com
Departamento de Letras, Universidade
Federal de São Carlos.
Este trabalho tem como intuito apresentar o projeto de
pesquisa Máscaras femininas: a figuração da prostituta e da lésbica em Henriqueta Emília
da Conceição, de Mário Claúdio (PUIC/CNPq). O objetivo é analisar o processo de
efabulação das personagens femininas, Henriqueta Emília da Conceição e Teresa
Maria de Jesus, inseridas na obra dramática. Por meio de uma análise de cunho
sócio-histórico, o estudo procura pontuar os aspectos estéticos de construção
das personagens femininas e homoafetivas, demonstrando como se articulam as
máscaras da figuração feminina dentro da sociedade portuguesa regida pelo
patriarcado no contexto Pós-Guerra Civil (1828-1834). Neste Portugal em
efervescência, porém, ainda assim, opressor, a prostituição de mulheres era
vista como fenômeno de escória social. Transportando para as malhas da ficção,
Mário Cláudio aproveita este contexto para ficcionalizar as maneiras como tais
incidências interferem nas histórias dessas duas personagens, marcadas pelo
trágico. A metodologia será a análise textual da peça, entendendo-a como um
constructo literário. É no texto que este projeto reside, e não no espetáculo.
A partir de um ponto de vista feminista e dissertativo em torno da mulher, como
os desenvolvidos por Simone de Beauvoir (2014), Ruth Silviano Brandão (2006) e
Marilena Chaui (1984), buscaremos traçar um diálogo com a Teoria do Teatro
Moderno, de Peter Szondi (2003), bem como com as ideias do ensaísta português
Pedro Barbosa (1982). O corpus passará por dois níveis de análise: um focado no
elemento externo (o social e o histórico) e no que isso infere na dramaturgia,
considerando o período estudado; e, outro, na efabulação das máscaras femininas
e o papel desempenhado pelas personagens. O trabalho está em andamento e se
espera dos resultados um ensaio de crítica sobre tal construção das personagens
femininas, vistas por um criador masculino (Mário Cláudio), focalizando nossa
análise nos papéis sociais desempenhados por elas, seja pelo viés da mulher
prostituta, seja pelo viés da mulher lésbica. Daí a nossa preocupação em
procurar estabelecer um vínculo possível daquele aparato crítico-teórico
feminista, com as reflexões acerca do teatro moderno, procurando unir as
inquietações da ficcionalização do gênero com as implicações estéticas do
drama.
Palavras-chave: Mário Cláudio. Teatro. Crítica feminista.
Homoafetividade. Literatura.
O
HIPERMIMETISMO COMO CHAVE DE LEITURA PARA A ANÁLISE LITERÁRIA DE O CHEIRO DO
RALO, DE LOURENÇO MUTARELLI
Arthur Dias de Souza, Rejane Cristina
Rocha; arthrp@gmail.com, rjncris@gmail.com
Licenciatura em Filosofia, UFSCar
FAPESP
Em busca do que tenha sido o realismo do século XIX e as
transformações que ele trouxe para a concepção de representação do real,
procuramos compreender qual é a mediação existente entre a obra literária e a
realidade através do conceito de mímesis. Para tanto, a concepção de Tânia
Pellegrini (2009) de um conjunto de refrações realistas que atravessam a
literatura brasileira, fundamentadas na tensão entre a possibilidade de
liberdade subjetiva em uma situação de não liberdade objetiva, estabelece
parâmetros para compreendermos de que modo algumas obras da contemporaneidade
brasileira são classificadas como neorealistas. Este trabalho se atém para o
que Alfredo Bosi (2002) classifica como hipermimetismo, modo de representação
literária próprio da cultura de massa. O hipermimetismo é, à primeira vista,
característico de uma literatura de apelo e sem mediações, em que efeitos
especiais, no limite do que a linguagem escrita permite, ditam o ritmo de
leitura do indivíduo-massa. A partir da análise literária do romance de
Lourenço Mutarelli, O cheiro do ralo (2011), procuramos avaliar as
características de escrita que o enquadrassem na concepção hipermimética de
escrita, apontando as transformações da concepção de mímesis dos primeiros
escritores do Realismo Histórico. A discussão presente nas vanguardas
modernistas acerca da importância do ponto de vista subjetivo na literatura e
da transformação da linguagem descritivista dos primeiros realistas trouxe
desde o período moderno uma desconfiança em relação a esta maneira de
representar o real. Por outro lado, a objetividade volta a afetar o sujeito no
período da cultura de massa, em que o pano de fundo midiático estabelece uma
busca pela “vida real” que toma sempre o corpo presente como eixo, de acordo
com Schollhammer (2009), em situações como notícias em tempo real, reality
shows e programas de auditório. Desse modo, avaliamos como Mutarelli desenvolve
mediações literárias que são mobilizadas para uma leitura mais imediata, mas
que são capazes, ao mesmo tempo, de fornecer uma experiência estética nova, que
incorpora o processo de alienação do indivíduo na cultura de massa e sua não
liberdade na sociedade de consumo brasileira, através de técnicas de escrita
que combinam representação e não representação (SCHOLLHAMMER, 2012). A busca
por efeitos que não sejam baseados unicamente em uma linguagem representativa
discute o próprio conceito de representação, ao passo que nos levam a repensar
o próprio campo do que seja o literário, através de uma linguagem que esconde o
caráter ficcional da narrativa, mas que o reforça por meio da exposição do
imaginário estereotipado da cultura de massa.
Palavras-chave:
Mímesis. Hipermimetismo. O cheiro do ralo. Lourenço Mutarelli.
A INFLUÊNCIA
NO HÁBITO DA LEITURA E SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
Anaíle Duarte - anaile@outlook.com
Letícia Romer - leticia_lmr94@hotmail.com
Isadora Valencise Gregolin - isadora.gregolin@gmail.com
Carlos Eduardo Covre - ducovre@gmail.com
Letras – UFSCar
(CAPES/PIBID-UFSCar)
O objetivo desse trabalho é apresentar os resultados de
pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID/UFSCar), com o intuito de discutir as concepções de
alunos de uma escola do interior de São Paulo sobre a importância da leitura. O
PIBID tem como objetivo a articulação entre formação inicial e continuada, com
a implementação de ações que contribuam com a formação de futuros professores
em parceria com professores de escolas públicas. Embasados nesta função, foi
realizada uma pesquisa com 41 alunos de uma escola de São Carlos. Como etapas
metodológicas, foram utilizados como instrumentos de coleta de dados um questionário
sobre hábitos de leitura e uma produção textual. A análise buscou verificar as
relações entre hábitos de leitura declarados pelos alunos e o tipo de produção
apresentada. Partimos do pressuposto de que a tarefa de formação de leitores
não é fácil, exige tempo e dedicação do professor e do aluno e, para que haja
leitura e interpretação efetivas, não basta apenas a decodificação das
palavras. O sentido de um texto implica que o leitor faça suas inferências e
este o faz com suas bases de conhecimento de mundo e informações sobre o
assunto e o gênero (GERALDI, 2009; KOCH, 2008; MARCUSCHI, 2008). Os resultados
de nossa pesquisa levantaram questões muito pertinentes ao tema, tal como a
falta de incentivo à leitura e falta de interesse por parte dos alunos como
possíveis fatores relacionados com qualidades dos textos produzidos. Portanto,
como encaminhamento a partir dos resultados verificados, foi pensada a criação
de um projeto para o próximo semestre, que consistirá na implantação de uma
oficina de leitura, cujo objetivo será desenvolver o interesse pela leitura no
aluno, bem como sua criatividade e escrita. Os trabalhos desenvolvidos até o
presente momento permitiram evidenciar certa resistência por parte dos alunos,
muita dificuldade interpretativa tanto nos textos quanto nas propostas de
produção textuais. A oficina de leitura, além de trabalhar a capacidade
interpretativa do aluno, permitirá também a aplicação e fixação dos conceitos
gramaticais, sobretudo levando em consideração o incentivo à leitura e para
isso há a necessidade de buscar metodologias diversificadas para que se obtenha
o interesse dos alunos.
Palavras-chave: ensino; leitura; hábito.
DESENVOLVIMENTO
E IMPLEMENTAÇÃO DE UM CURSO DE ESPANHOL A PARTIR DO
TEMA CONSUMISMO
Laís Denise
(laisdeniseams@yahoo.com.br)
Nair Renata Amâncio
(nairrenataamancio@gmail.com)
Yara Gulharo
(yaragulharo@yahoo.com.br)
Isadora Valencise Gregolin
(isadora.gregolin@gmail.com)
Licenciatura em Letras – UFSCar
(CAPES/PIBID-UFSCar)
Este trabalho apresenta resultados da pesquisa
desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência (PIBID/UFSCar), cujo objetivo foi discutir questões relacionadas ao
ensino e aprendizagem de língua espanhola por meio da temática Consumismo. Metodologicamente,
foram elaboradas atividades didáticas de língua espanhola a partir da proposta
de Leffa (2003) que, posteriormente, foram trabalhadas junto a um grupo de
alunos da escola pública estadual Orlando Perez. Após a implementação,
procedemos às análises das produções dos alunos, análises que buscaram avaliar
em que medida as estratégias utilizadas haviam contribuído para o trabalho
significativo com a língua estrangeira e com o desenvolvimento de senso crítico
sobre o tema transversal consumismo (BRASIL, 1999). As análises das produções
em língua estrangeira dos alunos evidenciaram que estes puderam construir
conhecimentos na língua estrangeira, o que certamente contribuiu para o
desenvolvimento de suas identidades enquanto falantes estrangeiros. Como
resultado, pudemos constatar que o trabalho temático com o ensino de língua
estrangeira, no caso a espanhola, pode ser uma alternativa viável para ajudar
os alunos a desenvolverem uma visão crítica da língua e culturas estrangeiras,
o que possibilita uma abordagem que não seja apenas instrumental. Enquanto
futuras professoras de línguas, em nosso contexto, a experiência de desenvolver
e implementar atividades e avaliar o processo também permitiu uma melhor
compreensão sobre os aspectos envolvidos com cada contexto de ensino, dadas
suas necessidades e especificidades.
Palavras-chave: consumismo.espanhol. ensino.temas
transversais.
GOSTO SE
DISCUTE? A SEMÂNTICA DOS PREDICADOS DE GOSTO PESSOAL
Marina Nishimoto Marques
(mnmarques94@gmail.com)
Orientador: Renato Miguel Basso
(rmbasso@gmail.com)
Letras – Universidade Federal de São
Carlos
FAPESP
Em Context dependence, agreement, and predicates of
personal taste (2005), Peter Lasersohn chama atenção para a semântica de certos
predicados relacionados ao gosto pessoal do falante. Para o autor, o principal
problema colocado por esses predicados é o fato de eles gerarem desacordos que,
aparentemente, não podem ser resolvidos entre os falantes, ou seja, nos quais
nenhum dos falantes envolvidos está proferindo algo falso, mesmo que um
contradiga diretamente o que o outro fala. Um exemplo de diálogo em que tal
fato ocorre é, por exemplo, alguém dizer “Esse bolo é gostoso” e outro
contestar com “Não, esse bolo não é gostoso!”. Esse fenômeno é conhecido na
literatura como faultless disagreement. Assim, o objetivo deste projeto é
verificar como a literatura trata esses tipos de construção e como ela resolve
semanticamente os problemas gerados por eles (em especial, o faultless
disagreement), além de diferenciar esses predicados de outros tipos de
predicados subjetivos. Além disso, observamos que os trabalhos estudados sobre
esse tema são de língua inglesa, e, portanto, há neste projeto também uma
tentativa de reproduzir esses mesmos fenômenos e suas resoluções em português
brasileiro. Segundo a prática da semântica e pragmática formais, nossa
metodologia de análise é hipotético-dedutiva. Contamos com bibliografia e as
intuições do falante nativo para avaliar as teorias que encontramos na
literatura com as quais trabalhamos e também para avaliar nossas hipóteses para
o tratamento dos fenômenos estudados em português brasileiro. Verificamos que
há dois tipos principais de teorias que tentam resolver os problemas trazidos
por esses predicados: um deles envolve a adição de um parâmetro de juiz ao
índice kaplaniano que avalia o valor de verdade das sentenças, enquanto o outro
tipo de abordagem não usa o juiz. Também observamos que esse tipo de
construção, em todas as abordagens que estudamos para este projeto, se relaciona
muito de perto com os indexicais e, portanto, que é necessária uma noção de
teoria indexical para se entender o que a literatura desenvolve sobre os
predicados de gosto.
Palavras-chave: Semântica. Predicados de gosto.
Indexicais. Faultless disagreement. Predicados vagos.
OS DOMÍNIOS
DISCURSIVOS DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA ESPANHOLA NA FORMAÇÃO
DO SUJEITO-ALUNO
Vitor Pereira Gomes
(vitorpg9@gmail.com)
Fernanda dos Santos Castelano
Rodrigues (fecastel@gmail.com)
Licenciatura em Letras Português
e Espanhol — UFSCar
Trata-se de uma discussão sobre o trabalho de conclusão de
curso intitulado ‘Gêneros discursivos e ensino de língua espanhola: contrastes
da teoria à prática pedagógica’. O exercício colocado é uma observação do
funcionamento das práticas de linguagem que ocorrem no processo de inscrição na
língua espanhola (especificamente, escolar) baseado nas teorias dos gêneros
discursivos, com o ferramental da Análise do Discurso de linha francesa. Quais
os domínios discursivos mais presentes na prática escolar, quais as possíveis
causas e consequências dessa disposição para a formação dos sujeitos e para a
organização social a que eles pertencem foram algumas das questões motivadas
durante o processo de conhecimento do objeto. Os capítulos primeiro e segundo
procuraram uma aproximação aos conceitos da Análise do discurso de linha
frencesa e, a partir destes, fizeram uma revisão bibliográfica das teorias que
vem se preocupando pelo funcionamento de gêneros discursivos. Dentre os
conceitos, os mais frequentes são a desgeneralização, a inscrição, as condições
de produção, a constituição do sujeito, o modelo fractal, os transportes
linguísticos. Na sequência, o capítulo terceiro se reserva a analisar o trabalho com leitura e
produção de textos no ensino de língua espanhola realizado por meio da
apresentação de gêneros discursivos nessa língua, em livros didáticos para
ensino médio aprovados no PNLD 2015. Para o refinamento da pesquisa,
resolveu-se trabalhar com uma classificação quantitativa e qualitativa do que
Marcuschi (2011, p. 194) organizou como os domínios discursivos. Dos resultados
observados, oportunamente, citam-se: uma forte presença de gêneros discursivos
que já fazem parte do conhecimento dos alunos, recorrências de
desgeneralizações forçadas sem (ou em raras) correspondências às realizações da
língua. As considerações finais estão equacionadas pelos dois momentos do
trabalho, quando os autores colocaram em relação essa análise com a revisão
bibliográfica.
Palavras-chave: Domínios discursivos. Gêneros discursivos
e ensino. Ensino de língua espanhola. PNLD de língua espanhola.
UMA POSSÍVEL
(RE)CONSTRUÇÃO CANÔNICA: HOMOEROTISMO NO ROMANCE RETRATO DE RAPAZ, DE MÁRIO
CLÁUDIO
Autor: Renan Augusto Barili
(renan.augusto.barili@gmail.com)
Orientador: Dr. Jorge Vicente
Valentim (jvvalentim@gmail.com)
Letras: Português/Espanhol –
Universidade Federal de São Carlos
Esta pesquisa objetiva analisar o romance Retrato de
Rapaz, do escritor português Mário Cláudio, procurando observar as ocorrências
e representações das relações homoeróticas como forma de criticar e reconstruir
um cânone. O romance, lançado em 2014, é o segundo livro pertencente a uma
“Trilogia dos afetos”, que visa retratar relações afetivas entre pessoas com
idades muito distintas. Essa trilogia iniciou-se em 2008 com a publicação da
novela Boa Noite, Senhor Soares e encerrou-se este ano com a obra O Fotógrafo e
a Rapariga. O romance escolhido a ser trabalhado neste projeto detém-se na
relação entre o artista renascentista Leonardo da Vinci e um dos seus
discípulos, Gian Giacomo Caprotti da Oreno, apelidado por Salai pelo seu
protetor. A análise partirá das relações homoeróticas construídas entre os
personagens, sendo que inicia-se quando Salai é deixado no ateliê do pintor com
apenas dez anos de idade e torna-se, não somente para Leonardo da Vinci, mas
para muitos outros aristocratas, o grande objeto de desejo e fantasias sexuais
da época. O homoerotismo apresentado no romance explicita de forma clara o
interesse de Leonardo da Vinci por Salai, nos dando a possibilidade de
criticarmos e reconstruirmos a sua imagem como cânone, partindo do
questionamento de sua sexualidade como forma de inserção de um ícone
homossexual e rompimento com a heteronormatização existente, além de discutir a
maneira como as fronteiras entre a ficção e a biografia fluem-se na obra. Vale
destacar, por fim, que, com este romance, Mário Cláudio venceu o Grande Prêmio
de Romance e Novela da APE (Associação Portuguesa de Escritores), em 2014.
Palavras-chave: Homoerotismo, Ficção portuguesa
contemporânea; Mário Cláudio; Reconstrução canônica
A
MATERIALIZAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO TEMÁTICO BASEADO EM TAREFAS EM
CONTEXTO DE FORMAÇÃO
INICIAL DE PROFESSORES
Marina Pereira Carandina - mah_carandina@hotmail.com
Rita de Cássia Barbirato Thomaz de
Moraes - ritabarbi.m@gmail.com
Letras- UFSCar
CNPQ
Nesta pesquisa, buscamos analisar um professor pré-serviço
aluno do curso de Letras que ministra aulas em um projeto de extensão afim de
melhor compreender como ele pode concretizar os princípios do planejamento
temático baseado em tarefas em sala de aula. Procuramos analisar como o
professor engajado em uma prática de ensino diferenciada, em que o foco está no
sentido e no uso comunicativo da língua alvo por meio de interações significativas,
lida com o uso de tal planejamento. A análise de dados foi realizada a partir
da observação e posterior gravação de aulas (ministradas pelo professor
analisado), uma entrevista elaborada pela pesquisadora e um questionário
semiestruturado respondido pelo professor. Procuramos relacionar os dados
coletados com a teoria que fundamenta esta pesquisa (a teoria do planejamento
temático baseado em tarefas defendida por Barbirato(1999,2005),
Xavier(1999),entre outros) com o objetivo de elencar categorias de análise.
Concordamos, portanto que a análise de dados está dividida em três etapas. A
primeira etapa refere-se a relação do professor pré-serviço com o planejamento
referido por esta pesquisa. A segunda etapa apresenta as fases de uma aula típica
de um PTBT e mostra como o professor atuou durante suas aulas dentro deste
planejamento. A terceira etapa apresenta o ensino da gramática realizado pelo
professor pré-serviço durante as aulas observadas. Após a realização deste
estudo consideramos que esta pesquisa pode contribuir para futuras pesquisas na
área de linguística aplicada em contexto de formação de professores. Em relação
às aulas do professor observado concluímos que ele mostrou uma dificuldade em
materializar os princípios deste planejamento, principalmente em relação ao
conteúdo. Concordamos que isto esteja diretamente ligado à abordagem deste
professor (ALMEIDA FILHO, 1993), abordagem essa que não está voltada para o
ensino temático e que é determinante para as ações do professor. Concluímos,
portanto que é um desafio para o professor materializar os princípios do PTBT.
Não é uma tarefa fácil e mesmo que o professor conheça a teoria, sua abordagem
tem uma força grande mostrando estar voltada para a prática estrutural.
Apontamos para a prática reflexiva cada vez mais presente nos cursos de
formação como um fator com grande potencial para contribuir para que
professores possam vencer os desafios encontrados na materialização de um PTBT.
Palavras-chave: Formação de professores, Planejamento Temático,
Tarefas, Professor pré-serviço, Abordagem Comunicativa.
A PRONÚNCIA
DA LÍNGUA INGLESA EM
CONTEXTO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Thiago Alcebíades Oliveira
(talcebiades@gmail.com
Sandra Regina Buttros Gattolin
(sandragattolin@gmail.com)
Licenciatura plena em Letras Português/Inglês;
UFSCar
PIBIC/CNPq
Conforme atestado por muitos estudiosos, a variedade oral
de LI tem sido negligenciada nos cursos de Letras no Brasil em detrimento da
variedade escrita. A pronúncia, portanto, inserida na oralidade e parte da
competência linguística do professor, também se revela prejudicada, de maneira
que raramente se encontra registros de disciplinas voltadas à habilidade oral
nas licenciaturas do país. Este trabalho teve como mote, então, a investigação
do tratamento dado ao desenvolvimento da pronúncia em língua inglesa em um
curso de Letras com habilitação em Português/Inglês de uma universidade federal
do interior do estado de São Paulo a fim de constatarmos como a prática de
expressão oral tem sido exercida na disciplina de habilidade oral. Entende-se
que o caráter desta pesquisa foi estritamente qualitativo, uma vez que atentou
para os desdobramentos dos eventos sociais, bem como de suas crenças e
motivações. Como instrumento de coleta de dados, foi desenvolvido um
questionário de oito questões a variar entre questões dissertativas e questões
de múltipla escolha que foi, por sua vez, respondido por 41 alunos do primeiro
ao terceiro ano do referido curso. A análise dos resultados deu conta de
revelar cenário distinto ao registrado em estudos recentes e outros anteriores.
Neste, a atenção à variedade oral do idioma foi registrada desde a existência
de uma disciplina dedicada a ela prevista no currículo do curso. Não o
bastante, as concepções dos participantes da pesquisa tenderam ao que se
consideraria minimamente ideal, se se toma em consideração asserções acerca da
oralidade e pronúncia da língua inglesa em contexto de formação de professores
feitas na literatura. A procedência dessas ultimações incide fortemente no insumo
teórico-prático a que os participantes desta pesquisa foram expostos, e isto
porque se pôde notar uma curva conceitual do primeiro ao terceiro ano em que,
na medida em que se avançava, as impressões e crenças dos professores em
formação tenderam ao minimamente acertado no que se refere aos aspectos
relacionados à pronúncia da língua inglesa.
Palavras-chave: Oralidade. Pronúncia. Formação de
professores.
A CONSTRUÇÃO
DA IDENTIDADE POR MEIO DO ESPAÇO TEMPORALIZANTE DO SERTÃO EM NOSSOS OSSOS, DE MARCELINO
FREIRE
Autor:
Moacir Faber Calarga (moacircalarga@hotmail.com).
Orientadora:
Juliana Santini (jsantini@fclar.unesp.br).
Letras -
UNESP-ARARAQUARA
FAPESP
Este projeto de pesquisa possui o objetivo de analisar
como o romance Nossos ossos, publicado em 2013 por Marcelino Freire, está
inserido na retomada do sertão que a ficção brasileira contemporânea vem
construindo nas últimas décadas. O projeto prevê a problematização do trânsito
de personagens na narrativa e a dimensão subjetiva da viagem como figura
estruturante do enredo, e como os conceitos de espaço, lugar, tempo e
mobilidade podem auxiliar na compreensão desses aspectos. É a partir desse
deslocamento de personagens, saindo do sertão e voltando a ele, que se constrói
uma relação entre tempo e espaço que faz do sertão um espaço temporalizado de
experiências de sujeitos cujas identidades também se mostram em trânsito. Assim os
objetivos propostos para esta análise são; investigar de que o modo o sertão é
representado no romance a partir de dois movimentos: o transito de personagens
que deixam o sertão e migram para São Paulo e a viagem de retorno desses mesmos
personagens ao seu local de origem depois da morte; discutir de que modo o
trânsito e o motivo da viagem se constroem na narrativa, articulando-se ao
movimento dos personagens e aos significados atribuídos ao espaço do sertão;
problematizar, por meio da análise da relação que se estabelece entre
personagem e espaço na narrativa, a representação do sertão como território
simbólico e cultural; observar como se realiza a retomada da representação do
sertão na ficção brasileira contemporânea, problematizando o lugar ocupado pelo
romance de Marcelino Freire nesse conjunto mais amplo. O projeto encontra-se na
primeira etapa da pesquisa que compreende a leitura e o fichamento de textos
teóricos sobre os conceitos de espaço, lugar e deslocamento, de modo a
caracterizá-lo e a salientar suas peculiaridades. No decorrer deste período
foram estudadas as reflexões dos autores Michel de Certeau; Doreen Massey; Marc
Augé referentes a discussão proposta nesta pesquisa que serão brevemente
apresentadas neste trabalho.
Palavras-chave: Sertão. Espaço. Lugar. Mobilidade.
Marcelino Freire.
A NECESSIDADE
DA PERIODIZAÇÃO PARA UMA LEITURA DE
AS AVENTURAS
DE HUCKLEBERRY FINN, NO SÉCULO XXI
Eduardo Alves de Deus Barbizan,
edubarbizan03@gmail.com
Carla Alexandra Ferreira,
carlaufscar@gmail.com
Letras – Universidade Federal de São
Carlos
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq
Para melhor entendermos as várias obras literárias, de
diferentes períodos e autores, faz-se necessário considerar os fatos e os
acontecimentos que marcaram a história relacionada a esses escritores e obras.
Isso porque as obras não são neutras e sempre deixam traços metafóricos da
época em que foram escritas. Entendemos que as mudanças que ocorreram nas
sociedades, no decorrer das décadas e séculos estão presentes na Literatura, de
forma artística. Samuel Langhorn Clemens (1835 – 1910), mais conhecido pelo
pseudônimo de Mark Twain, é um importante escritor do realismo norte-americano
do final do século XIX. Cresceu na cidade ribeirinha do rio Mississipi de
Hannibal, no Missouri. Esse grandioso rio é retratado de maneira criativa e
assim desenvolvendo uma nova corrente literária dentro do Realismo daquela
literatura nacional. As obras realistas de Twain propõem um compromisso com
essa estética literária para além de seus temas. Por meio do uso de uma
linguagem coloquial, de gírias, dialetos sulistas e da descrição da natureza
daquele local, ele busca um retrato da verdade conflituosa do pós-Guerra de
Secessão e rompe com opiniões estabelecidas pela sociedade de sua época. Com
isso, temos na obra um tom libertador e um modo de dizer a verdade. Para o
desenvolvimento dessa temática, Twain transmite o poder da palavra às
personagens que figuram pessoas sociais não ouvidas naquele momento. Com isso,
o autor ultrapassa as barreiras da sociedade escravista do Sul do século XIX,
nos Estados Unidos da América. Podemos observar que há uma ruptura da tradição
literária também, uma vez que os escritores norte-americanos do início do
século XIX, preocupavam-se majoritariamente com as questões estéticas de suas
produções, pois buscavam a superioridade sobre os padrões ingleses. As
Aventuras de Huckleberry Finn (1884), continuação do livro As Aventuras de Tom
Sawyer (1876), é considerada a obra prima de Twain. Nela o escritor narra
várias histórias do personagem Huckleberry Finn na vila ribeirinha do rio
Mississípi de St. Petersburgo e o cotidiano de uma sociedade do final do século
XIX. Como companheiro de suas peripécias temos Jim, um escravo que foge para
não ser vendido para as lavouras do sul, sem saber que estava prestes a ser
alforriado. Observamos que o autor além de atribuir voz a Huck, realiza a
reflexão sobre aspectos da complexidade humana e moral da sociedade do final do
século XIX a partir da relação dessas duas personagens. A análise desse texto
literário foi concebida por meio de uma leitura dialética do romance conforme
proposto por Fredric Jameson (1992), Antonio Candido (1970) e Roberto Schwarz
(1987) no sentido de se verificar o diálogo entre o texto (elementos estéticos)
e seu contexto político-social de produção. Desse modo, a leitura do corpus foi
efetuada em três estágios de leitura, a saber: I) a leitura romanesca em que se
destacam uma história infanto-juvenil
marcada pelo humor. Neste nível foram detectadas contradições que deveriam ser
investigadas para uma leitura mais ampla do texto; II) No segundo estágio,
buscou-se analisar as lacunas e contradições resultantes do nível anterior de
leitura, a partir do diálogo entre o contexto de produção da série com sua
organização estética; III) No último estágio de análise do corpus, os
fragmentos detectados no segundo nível foram reinseridos no todo da História,
como proposto por Fredric Jameson (1992), momento em que se dá uma ampliação da
leitura inicial para, por fim, se entender que com auxílio da contextualização
do livro Mark Twain, a partir dos resultados obtidos, a acusação de preconceito
e racismo envolvendo essa obra pertencente à literatura infanto-juvenil. Respeitando
as especificidades do período literário em que se está inserido, Mark Twain
leva para sua obra a realidade de sua época, principalmente as lutas e
dificuldades enfrentadas por escravos e ex-escravos para sobreviverem. Pensar
esse romance de Twain pelo olhar do público do século XXI, sem sombra de
dúvidas trará atritos de valores, pois hoje, a sociedade difere daquela da
época em que o livro foi escrito no final do século XIX; muitas mudanças
aconteceram nessas sociedades, abrangendo questões políticas, religiosas, entre
outros. Seguindo a necessidade da periodização proposta por Jameson, há a que
se revisitar a História dos Estados Unidos da América, para assim, abordarmos a
retratação da questão racial do final do século XIX presente no texto ficcional
de Mark Twain. Sendo assim, realizamos um estudo comparativo entre os fatos
históricos que ocorreram na sociedade norte-americana do final do século XIX, e
sobre os pensamentos do século XXI, contextualizando o livro As Aventuras de
Huckleberry Finn de Mark Twain, na tentativa de demonstrar à sociedade atual,
aos educadores e leitores, que necessitamos considerar os acontecimentos
históricos, nesse caso o período pós-abolição, nas interpretações dessa obra
literária. Portanto, propomos que seja considerado um novo contexto de
produção, de conhecimento e negociação de sentidos, para assim, esclarecer os
confrontos que ocorrem no processo de construção de sentido entre os leitores e
o texto literário de Mark Twain. Nossa leitura do romance de Mark Twain,
investiga e amplia a interpretação, da mesma, para além da questão de valor.
Assim, destacamos a necessidade da periodização para se pensar o lugar deste
texto literário sobre o tema escravidão.
Palavras-chave: Literatura infantil, periodização,
História Norte Americana.
A POESIA
ROMÂNTICA DE FAGUNDES VARELLA:
LEITURA DE
VOZES D’AMÉRICA (1864)
Rebeca Aparecida Mega (G); Wilton
José Marques (O).
<rebeca_mega@hotmail.com>; <
will@ufscar.br>.
Licenciatura Plena em Letras
(Português/Espanhol),
Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar).
A proposta do presente Trabalho de Conclusão de Curso (em
andamento) filtra-se no estudo analítico da obra Vozes d’América (1864), de
Luis Nicolau Fagundes Varella. Sob a ótica dos Estudos Oitocentistas, os
trabalhos de pesquisa acadêmica acerca da criação poética do escritor
brasileiro – tida como difícil em face da história, crítica e psicologia
literárias – pouco ou nada tem se mobilizado no aspecto da decomposição das
produções deste recorte temporal em detrimento do caso estético bastante
particular que representa Varella. Além de discussões inerentes ao processo de
criação literária da obra-objeto, o breve olhar se manifestará, em especial, na
produção de ensaios dedicados aos poemas Tristesa, O exilado e O foragido, nos
quais observa-se sobremaneira o trilhar de um decadentismo que ultrapassa o
próprio Romantismo – movimento no qual se convencionou classificar o autor.
Apresentar-se-á, neste mesmo ensejo, um ensaio dedicado ao poema Aurora,
empenhado em discutir, em sua chave de leitura, a simbologia do chamado
“Sistema de Mundo”, termo cunhado pelo biógrafo e crítico Leonardo Froés (1990)
e que colabora, em larga escala, para o entendimento da obra analisada tomando
por base a espécie (a brasileirice) de religião primitiva da natureza
(esplêndida e admirável) na América, Sistema este que, espiritualmente, entoa
as Vozes do continente americano por toda a parte.
Palavras-chave: Literatura Brasileira; poesia romântica;
L. N. Fagundes Varella; Vozes d’América; século XIX.
HOMOFOBIA E
DISCURSO: UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERDISCURSIVAS A PARTIR DO
PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT
Autor: André Luiz Russignoli Martines
(e-mail: andre.andrerussignoli@yahoo.com.br)
Orientadora: Profa. Dra. Vanice
Sargentini (e-mail: sargentini@uol.com.br)
Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar) - Licenciatura Plena em Letras (Português/Inglês)
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
Esta pesquisa visa a compreender o discurso sobre a
homofobia, o qual se constitui a partir de relações interdiscursivas. O tema da
homofobia vem sendo o centro de muitas discussões nos últimos anos, gesto do qual
decorre um processo de (re) produção de discursos acerca desta problemática.
Tais discursos são enunciados por sujeitos sócio-historicamente posicionados,
motivo pelo qual há uma heterogeneidade que os engendra, tendo em vista a
existência dessas enunciações variadas. Para elucidar, o próprio conceito de
homofobia varia de acordo com o sujeito que o enuncia, posto que na
materialidade dos enunciados há vários saberes presentes, os quais constituem
determinado discurso sobre a homofobia. Esses saberes mobilizados são
provenientes de diversos campos, tais como a mídia, a religião, a medicina
social e o direito. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é o de compreender
as relações de interdiscursividade presentes no discurso sobre a homofobia,
centrando-se na análise de enunciados, chamando a atenção sobre as recorrências
e as estratégias discursivas dos sujeitos enunciadores. Mobiliza-se, enquanto
dispositivo teórico-metodológico, a Análise do Discurso Francesa na perspectiva
do filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), cuja obra contribuiu de modo
decisivo com a construção da teoria na qual calcamos esta pesquisa; bem como
lançou um olhar outro para categorias comumente estudadas pelas ciências
humanas, como o sujeito, a loucura, a sexualidade e o poder. Em termos
metodológicos, através da análise dos enunciados, identifica-se no corpus que
determinado discurso sobre a homofobia é constituído de modo bastante
heterogêneo e descontínuo, isto é, esses saberes provenientes de várias ordens
dispõem-se na História de um modo não linear. E, ao estabelecer uma relação
entre saberes e poderes, Foucault afirma que onde existe um saber, há também,
investida, alguma forma de poder. Os saberes e poderes, portanto, estão
relacionados e presentes na materialidade dos discursos. Em relação ao discurso
sobre a homofobia, considerando-se o corpus de análise, trata-se de discursos
inscritos em formações discursivas da Mídia e da Religião (campos que
privilegiamos nas análises), bem como da Medicina Social e do Direito (campos
que também estão presentes de modo relacional), os quais, numa rede complexa de
enunciações, estão em confluência, tangência e/ou embates. Quanto aos
resultados obtidos, nota-se a variância do conceito de homofobia, ora enunciado
como um simples ódio irracional, ora enunciado com mais profundidade crítica,
denotando as causas e os efeitos da homofobia na sociedade. Verifica-se,
também, a presença marcante da Medicina Social e do Direito, especificamente,
enquanto campos que conferem aos discursos sobre a homofobia um certo caráter
de confiabilidade, tendo em vista a importância sócio-política desses campos no
contexto histórico da modernidade. O desenvolvimento de uma pesquisa em Análise
do Discurso que aborde a temática da homofobia se constitui uma produção
científica relevante na comunidade acadêmica e, principalmente, na sociedade em
geral, posto que os discursos de igualdade, de valorização das diferenças e de
combate às formas de violência estão em voga na atual conjuntura histórica.
Importância também em termos epistemológicos, tendo em vista o uso e a reflexão
crítica da teoria da Análise do Discurso, mobilizada aqui enquanto importante
ferramenta teórico-metodológica na compreensão da problemática da homofobia.
Palavras-chave: Homofobia; Discurso; Michel Foucault;
Interdiscurso; Análise do Discurso.
CLUBE DE
AUTORES E WATTPAD: PLATAFORMAS DE
AUTOPUBLICAÇÃO
E POSIÇÃO AUTOR
Vitória F. Doretto, Ana Abreu (O)
vickydoretto@gmail.com,
anaabreu@ufscar.br
Letras/Universidade Federal de São
Carlos
Autopublicar um livro é hoje uma realidade muito comum
para diversas pessoas que desejam ingressar no mercado editorial, tanto
brasileiro quanto internacional, o que nos dá margem para analisar as
transformações que ocorrem na, tão já discutida por Foucault, função autor.
Afinal, como afirma Alemar Rena, ainda há espaço para se falar sobre as
novidades em relação à figura do autor, graças ao surgimento e ganho de espaço
das novas tecnologias digitais, com “possibilidades de processos criativos,
construção de linguagem e distribuição e acesso às obras artísticas e
literárias” (2009). Assim, nosso objetivo é analisar essas novas questões que
surgem no campo da autoria e para isso apresentaremos um recorte de nossa
pesquisa, na qual analisamos semelhanças e diferenças, no que se refere à
posição autor, encontradas entre a plataforma de autopublicação Clube de
Autores – primeiro site brasileiro que permite a publicação gratuita de livros
de forma cem por cento sob demanda, sendo que o autor pode “carregar seu
livro”, escolher quanto deseja ganhar pela sua venda e disponibilizá-lo em
várias lojas online sem pagar por isso – e o Wattpad, plataforma de
leitura/autopublicação canadense que tem ganhado cada vez mais espaço entre
leitores e autores nacionais.
Palavras-chave: autopublicação, clube de autores, wattpad,
autoria digital.
ENTRE O
PECADO, A DOENÇA E O DELITO: REPRESENTAÇÕES DA HOMOSSEXUALIDADE EM O PECADO DE JOÃO
AGONIA DE BERNARDO SANTARENO
Simone Pereira (IC) sihpereira@gmail.com
Prof. Dr. Jorge Vicente Valentim (O)
jvvalentim@gmail.com
Departamento de Letras / UFSCar
O presente trabalho resulta da pesquisa que objetiva
analisar a peça O pecado de João Agonia de Bernardo Santareno, buscando
entender como o autor traz o olhar para a personagem homossexual no contexto da
Ditadura Salazarista em Portugal, além de sublinhar o caráter trágico da
personagem homossexual na incompletude da realização de seu desejo homoerótico
em um meio social onde a homossexualidade era vista como pecado, doença e
delito. Bernardo Santareno foi um autor importante no cenário da segunda metade
do século XX em Portugal, pois foi um escritor comprometido com seu povo.
Principalmente em seus textos dramáticos relacionava questões de existência humana
com questões sociais. A obra O pecado de João Agonia foi escrita em 1961,
permeada por questionamentos do conservadorismo da sociedade portuguesa daquela
época. A história se passa em um ambiente serrano, onde João Agonia passa por
conflitos internos ao ter que lidar com sua homossexualidade. João Agonia passa
um tempo servindo ao exército em Lisboa, e quando volta para casa seu segredo é
revelado para sua família pelo seu primo Manuel que também servia ao exército.
A partir daí o “não-dito” vai se disseminando ao longo da obra, e no final como
“resolução” do problema a família opta pela morte de João Agonia. Através da
obra Estudos sobre teatro de Bertold Brecht se analisará como Bernardo
Santareno apropria-se de procedimentos estéticos consonantes com as fontes
teóricas do teatro moderno e constrói um discurso dramático de resistência em O
pecado de João Agonia.
Palavras-chave: homoerostimo, o pecado, João Agonia.
ANÁLISE
DISCURSIVA DAS REPRESENTAÇÕES DE LIVREIROS ACERCA DA LEITURA
Camila Martins de Oliveira –
camioliveira26@hotmail.com
Orientadora: Profa. Dra. Luzmara
Curcino Ferreira – luzcf@hotmail.com
Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar)
No presente trabalho, inscrito na filiação teórica da
Análise de Discurso francesa derivada dos trabalhos de Michel Pêcheux e Michel
Foucault, e também apoiado em alguns princípios da História Cultural,
desenvolvidos especialmente acerca da história do livro e da leitura, sobretudo
aqueles descritos pelo historiador e estudioso das práticas e representações da
leitura e do leitor, Roger Chartier, pretendemos realizar um levantamento de
representações de leitores e de práticas de leitura, a partir da realização e
análise de entrevistas com dois livreiros de bancas populares em São Carlos, interior de
São Paulo, versando sobre os tipos de livros e as formas de aquisição e leitura
de livros, na atualidade. A partir das declarações feitas pelos livreiros
percebemos que há discursos comuns, assim como distintos que são assumidos e
enunciados ao longo da entrevista. Notamos nos depoimentos que há semelhanças e
divergências em seus dizeres, formando assim determinadas posições que nos
remetem a formações discursivas específicas, em que se pode depreender a
influência da mídia, por meio de campanhas publicitárias de incentivo à
leitura, que contribuem para a produção e manutenção de certos mitos sobre a
leitura como manifesto no enunciado “Quem lê viaja”. A circulação desses
enunciados contribui para a construção de um imaginário comum, que reitera
afirmações como a de que antigamente as pessoas se interessavam mais pela
leitura. Sendo assim, observando a constituição dos discursos de cada livreiro,
como se estabelece seu posicionamento em relação às práticas e representações
de leitura, constatamos a partilha de um imaginário comum sobre a leitura,
assim como formas específicas de enxergar e de se posicionar diante das
questões relacionadas à leitura e da configuração de um sujeito leitor.
Palavras-chave: Análise do discurso. Representações
discursivas da leitura. Declarações de livreiros.
TENDÊNCIAS
BYRONIANAS EM "A NEBULOSA" (1857),
DE JOAQUIM
MANOEL DE MACEDO
Maíra Aparecida Pedroso de Moraes
Benedito - mairapmbenedito@gmail.com
Orientador: Wilton José Marques -
will@ufscar.br
Licenciatura em Letras Português/Inglês
Universidade Federal de São Carlos
UFSCar
FAPESP
Este projeto de iniciação científica com o apoio
financeiro da FAPESP teve como objetivo investigar a obra “A Nebulosa” (1857)
de Joaquim Manuel de Macedo. O autor, apesar de conhecido pelos seus romances
que retrataram a burguesia ascendente da camada urbana brasileira, possuiu
outras facetas e incorporou diversos estilos em suas composições. A obra
analisada em questão, publicada na forma de livro em 1857 aponta para uma
construção nos moldes do romance europeu, mais especificamente seguindo a
vertente do escritor George Gordon Byron. Como resultado desta pesquisa
conseguiu-se estabelecer relações entre o poema-romance pessimista de paixões
irrealizadas de Macedo e a obra poética de Lord Byron, efetuando comparações e
realizando um percurso histórico da recepção destas em terras nacionais. O
método de investigação se deu pela leitura e reflexão do aporte teórico básico
de pesquisadores sobre Macedo e o Byronismo no Brasil tais como: Onédia Barbosa
(1974); Brito Broca (1979); ngela Costa
(2006); Pires de Almeida (1962); Mario Praz (1996) e Tania Serra (1994), o
livro brasileiro em análise e a coletânea de poesias de Lord Byron.
Palavras-chave: literatura brasileira, romantismo, literatura
comparada, byronismo, A Nebulosa, Joaquim Manoel de Macedo.
RITOS
GENÉTICOS EDITORIAIS EM FANDOMS: A MEDIAÇÃO DAS BETA-READERS
Amanda Guimarães, Luciana Salazar
Salgado (amanda.guimaraes@live.co.uk, lucianasalazarsalgado@gmail.com)
Letras – Inglês, UFSCar
FAPESP
Com base no quadro teórico da Análise do Discurso de
tradição francesa, especialmente em desdobramentos recentes propostos por
Dominique Maingueneau (2006, 2008, 2010), analisamos a questão da criação e da
autoria no “mundo dos fãs”, mobilizando os conceitos de discurso constituinte,
ritos genéticos e paratopia criadora, com ênfase em suas correlações, para
estudar materiais obtidos a partir do site Archive of Our Own, pertencente à
Organization for Transformative Works, uma organização feita de fãs para fãs a
fim de preservar a história dos fandoms – comunidades de fãs com interesses
similares que interagem e participam de atividades de fãs por meio de
discussões ou trabalhos criativos, como as fanfics (ficções escritas por fãs) –
e apoiar qualquer tipo de trabalho feito pelos mesmos. A partir disso, tentamos
contribuir para a sistematização de categorias nos estudos
linguístico-discursivos das fanfics, ao identificar os aspectos do fandom que
influenciam a escrita das fanfics e, assim, verificar quanto da autoria se pode
atribuir tecnicamente à fanfic writer (a autora das fanfics), à beta-reader (a
sua editora/revisora) e ao texto-fonte, considerando as três instâncias
apontadas por Maingueneau como constitutivas da paratopia criadora (a saber,
pessoa, inscritor e escritor), que se entrelaçam em um nó borromeano,
indiciando implicações recíprocas. Com isso, pretendemos verificar como se dá o
atravessamento do interdiscurso no material que foi criado, que é um trabalho
sobre um texto-fonte que tem alguns de seus elementos reescritos e remodelados
sempre com a perspectiva da cultura de fãs, mais especificamente, da comunidade
constituída em torno de dadas regras e possibilidades de experimentação. Para
tanto, focalizamos a preparação de um texto a ser publicado, seu processo de
edição. Ao nos debruçamos na análise no material cedido pela autora
Vague_Shadows, levantamos a hipótese de que o material literário dos fandoms
põe problemas para a noção de discurso constituinte, uma vez que é, por
definição, um trabalho derivado: não seria literatura, então? Pretendemos,
impulsionados por esse achado, compreender melhor a organização e o
funcionamento dessa autoria, que está intimamente ligado ao processo de
mediação editorial que se dá no mundo dos fãs.
Palavras-chave: mediação editorial, cultura de fãs, discurso constituinte
UMA ANÁLISE
DO SITE PRACTICA ESPAÑOL: REFLEXÕES SOBRE O APRENDIZADO AUTÔNOMO DA LÍNGUA
ESPANHOLA POR FALANTES BRASILEIROS
Nair Renata Amâncio (nairrenataamancio@gmail.com)
Isadora Valencise Gregolin
(isadora.gregolin@gmail.com)
Licenciatura em Letras – UFSCar
Neste trabalho apresentaremos resultados de pesquisa de
iniciação científica, desenvolvida no âmbito do Programa Unificado de Iniciação
Científica e Tecnológica (PUICT), cujo objetivo foi analisar se os recursos
disponíveis de forma gratuita no site Practica Español possibilitam o
desenvolvimento e construção de conhecimento sobre a língua espanhola de forma
autônoma por falantes brasileiros. Metodologicamente, a pesquisa descreveu,
categorizou e analisou os recursos didáticos disponíveis, voltados
especialmente para desenvolvimento de habilidades de compreensão oral e
escrita, baseando-se em princípios teóricos e metodológicos propostos pelos
Parâmetros e Orientações Nacionais (BRASIL, 2000 e 2006). Como resultados de
nossas análises, foi possível identificar que os recursos disponíveis
alinham-se às questões propostas por Prensky (2010), acerca da web como um novo
espaço de aprendizagem a nativos e imigrantes digitais. Os resultados
evidenciaram, também, que os recursos oferecidos pelo Practica Español não
possibilitam o desenvolvimento de habilidades de produção oral e escrita e de
interação na língua estrangeira. Nesse sentido, contribui com o processo de
autonomia do aluno brasileiro em suas habilidades de compreensão, pois este
pode realizar individualmente atividades autoinstrucionais de compreensão de
textos de diferentes gêneros, orais e escritos, em língua espanhola. A
proximidade entre as línguas portuguesa e espanhola favorece a autonomia do
aluno na escolha de seu percurso formativo, uma vez que cada aluno pode buscar
atividades de seu interesse por determinados temas, de sua livre escolha, o que
permite que entre em contato com uma diversidade de conteúdos linguísticos,
gramaticais e temáticos de acordo com os seus interesses e necessidades.
Concluímos que o Practica Español pode complementar aulas de espanhol como
língua estrangeira, porém como recurso utilizado de forma única limita o tipo de
conhecimento desenvolvido. Os atuais alunos, nativos e imigrantes digitais,
precisam possuir conhecimento e direcionamento sobre as ferramentas, pois como
aponta Gregolin (2009), somente o trabalho com práticas linguísticas
significativas pode garantir ao falante uma inserção com autonomia no âmbito do
aprendizado do espanhol como língua estrangeira.
Palavras-chave: Aprendizado Espanhol. Tecnologia.
A NARRATIVA
POÉTICA DE NOSSOS OSSOS, DE MARCELINO FREIRE
Jéssica Domingues ANGELI
(angelijd@gmail.com)
Guacira Marcondes MACHADO
(guacira@fclar.unesp.br)
Faculdade de Ciências e Letras/UNESP
– Araraquara
PIBIC/CNPq
A narrativa poética, conforme definição de Jean-Yves Tadié
(1978), é um gênero híbrido, uma narrativa em prosa cujos procedimentos de ação
e efeito remetem ao poema: contém elementos da narrativa – autor, narrador,
protagonista, enredo, espaço e tempo – e do poema – estrutura, mito, estilo e,
em menor escala, ritmo, sonoridade e repetição. O narrador, que também é o
protagonista, recebe traços biográficos do autor e, soberano, mantém submissos
o tempo, o espaço e os demais personagens, que só existem em função dele: são
seres de papel, destituídos de complexidade e profundidade psicológica. A
narrativa poética se desenvolve em torno de uma viagem orientada e simbólica,
empreendida pelo autor/narrador/protagonista, em busca da sua identidade. Esse
desejo pelo autoconhecimento conduz a narrativa à revelação e ao retorno a um
estado “primitivo”, por meio de recordações, o que confere à obra um caráter
mítico. Partindo dessa perspectiva, o trabalho analisará Nossos Ossos (2014),
de Marcelino Freire, observando como o narrador/protagonista do romance e sua
viagem até Sertânia, sua terra natal, em Pernambuco, conferem traços da
narrativa poética à obra. O trabalho prevê a mobilização de textos teóricos a
respeito da constituição do narrador-protagonista, espaço, tempo e personagem,
bem como da relação que se estabelece entre os elementos da narrativa, de um
lado, e da poética, de outro, que compõem essa estrutura híbrida. Além disso, a
articulação de textos críticos a respeito do conjunto da obra do autor,
enfatizando a presença de elementos poéticos em seus contos. Ao analisar a
construção do narrador/personagem, observando os aspectos da narrativa e da poética
que contribuem para o todo de sentido da obra, espera-se problematizar, nessa
“prosa longa”, a presença da estrutura híbrida definida por Ralph Freedman
(1971) e Jean-Yves Tadié (1978) e a estreita relação que o romance estabelece
com uma narrativa mítica.
Palavras chave: narrativa. poética. nossos. ossos.
Marcelino. Freire.
A
DESSACRALIZAÇÃO MITOLÓGICA E OS ABISMOS DA SOLIDÃO NA VELHICE: UMA LEITURA
DE MEDEIA, DE MÁRIO CLÁUDIO
Autor: João Gabriel Mistura
(artejoaogabriel@outlook.com)
Orientador: Dr. Jorge Vicente
Valentim (jvvalentim@gmail.com)
Letras: Português/Espanhol –
Universidade Federal de São Carlos
O objetivo desta pesquisa é refletir sobre o tema do
envelhecimento e da condição social à qual é atirado o ser que está a
envelhecer. A obra Medeia, do escritor português Mário Cláudio, traz uma
possível releitura da tragédia grega, porém, em moldes contemporâneos com ricos
com aspectos atuais, evidenciando frustrações, obsessões e dores que
transpassam o tempo. A personagem Medeia, de Mário Cláudio, consagrada atriz de
teatro, deixada pelo marido que agora possui uma companheira mais jovem que
ela, é perseguidora incansável da Medeia de Eurípides. Numa possível busca pela
realização catártica de sua fúria, procura incansavelmente levar a famosa peça
aos palcos portugueses para incorporar à própria voz os urros de Medeia.
Entretanto, sentindo nos ombros o peso de ser deixada para trás até mesmo no
mundo profissional, tem seu pedido negado pela gestão cultural de sua cidade
inúmeras vezes. Paralelamente, vê ao espelho sua beleza se esvair - assim como
o prestígio que lhe fora atribuído ao longo de sua carreira -, ao mesmo tempo
em que o teatro que lhe ascendera e consagrara parcialmente desaba. O gran
finale comporta, assim, no mesmo chão, os cacos da protagonista e de seu
teatro. Este estudo pretende investigar a profunda solidão em que se encontra a
protagonista através das revelações que a mesma faz em seus solilóquios e suas
atitudes, no decorrer da trama. Além disso, propõe-se, aqui, uma leitura da
dessacralização do mito grego numa nova face de Medeia. Esta, enquanto
envelhece, embora carregue o mesmo ímpeto de vingança, transferindo os horrores
infanticidas de sua inspiradora Medeia clássica
para a tramoia de inclinar os filhos ao pleno fracasso, retira do nome
Medeia o sagrado poder da invulnerabilidade temporal. Esta análise tem como
aporte teórico a obra A Velhice, de Simone de Beauvoir (1989), e O valor do
riso e outros ensaios, de Virgínia Woolf (2014). Procuraremos observar, ainda,
uma breve indagação sobre a possibilidade de inserção de outro mito, presente
na contemporaneidade, na composição desta Medeia: o da maternidade. A
anti-heroína cria uma atmosfera de condenação para si própria, justificada no
mau destino dos filhos, desconsiderando o pai, outros familiares, a mídia, a
escola e quaisquer outros ambientes como agentes tão influenciadores quanto ela
na educação dos dois filhos que gerou. Esta indagação intui questionar sobre a
condição que nossa cultura destina a mulher, tendo em vista os diversos
discursos que sobrevivem ainda com a afirmação de que se realizar como mulher
significa situar-se como excelente mãe e esposa (a de filhos vencedores e
maridos satisfeitos). Deste modo, a responsabilização social pelo destino de todos
os entes de um grupo familiar na figura da mulher poderá ser uma hipótese sobre
como a Medeia, de Mário Cláudio, afundou-se num misto de autoculpabilidade e
decepção com o mundo a seu redor.
Palavras-chave: Medeia. Mário Cláudio. Literatura Portuguesa.
Teatro. Mitos.
PROCEDIMENTOS
DE RECONHECIMENTO E CONSTRUÇÃO DA NARRAÇÃO E DA PRESCRIÇÃO EM AULAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA: UM RELATO DE FORMAÇÃO
DOCENTE NO ÂMBITO DO PIBID/UFSCar
Andrei Cezar
da SILVA (bolsista do PIBID) *andrei_silva29@hotmail.com
Rosangela P.
SOUZA (bolsista do PIBID, em 2014)
Luzmara
CURCINO (orientadora do PIBID) *luzcf@hotmail.com
José Maria
Loureiro Diniz (supervisor do PIBID, em 2014)
Edileide
Konichi (professora regente em 2014 de Língua Portuguesa na EMEB)
Licenciatura
Plena em Letras – Português e Inglês – LEI – PIBID/UFSCar
No âmbito da Feira do Conhecimento da EMEB “Profa. Dalila
Galli” – São Carlos/SP, realizada em 26 de Setembro de 2014, foram apresentados
os resultados das atividades desenvolvidas ao longo do semestre, na disciplina
de língua portuguesa junto à turma do 7º ano A, relativas às habilidades de
reconhecimento, produção e circulação de certos gêneros discursivos compostos
especialmente de sequências narrativas e prescritivas, com o objetivo de seu
aprendizado. O objetivo específico da apresentação dos resultados das
atividades com essas tipologias (narração e prescrição) foi definido pela
professora regente e visava demonstrar ao público da feira, com base no que
fora estudado em sala, as especificidades de dois gêneros discursivos em suas
funções pragmáticas, usos linguísticos, formas de circulação, em que
predominassem a narração e a prescrição, a saber, Letras de Música do estilo
Rock e Receita. Entre as atividades desenvolvidas, e apresentadas na feira,
encontra-se a construção de um mapa gastronômico do Brasil, ilustrado em
cartolina, colorido e dividido por suas cinco regiões, em que os participantes
podiam demonstrar seu conhecimento dos hábitos alimentares do brasileiro,
selecionando imagens de comidas que se encontravam ao lado do mapa e montando
as receitas e indicando a origem regional do prato ao fixarem essas imagens no
mapa. Além dessa atividade, que visava demonstrar o domínio das características
de textos prescritivos, foi estimulada a participação coletiva na elaboração e
na exposição de uma “Receita do Amor”. Para o trabalho com a narração, nos
valemos do gênero letra de música, cuja escolha específica recaiu sobre aquelas
em que predominavam a ação de narrar. Definida a letra de música que melhor representava
essa habilidade de narrar – “Anjos” da banda Legião Urbana – foram apresentados
os materiais usados em sala para a discussão sobre a letra e sobre a habilidade
em foco, que consistia na apresentação, sob a forma de um banner, da biografia
do vocalista, Renato Russo, e de sua discografia, assim como na exposição de
outras letras de música também representativas do gênero tipológico narrativo.
A participação efetiva dos alunos na construção dos materiais de exposição da
atividade junto à feira, as explicações do trabalho que apresentavam aos
visitantes da feira, o seu desempenho nas atividades avaliativas que exploraram
as características desses gêneros tipológicos (narração e prescrição) e dos
gêneros discursivos que os exemplificaram (letra de música e receita),
demonstraram a apreensão efetiva, por parte dos alunos, das especificidades
próprias desses gêneros que devem ser consideradas na leitura e na escrita de
textos.
Palavras-chave: Narração; Prescrição; Ensino de leitura e
escrita.
A POESIA, O
IMAGINÁRIO POPULAR E A PRESENÇA DA
CULTURA
BRASILEIRA NA SALA DE AULA
Giovana Ernesto, Andrezza J. P. Oliveira,
Luzmara Curcino
(g.ii.ka@hotmail.com,
andrezza.jaquier@gmail.com, luzcf@hotmail.com)
Letras- UFSCar
PIBID- Capes
O presente trabalho resulta de nossa atuação como bolsista
do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID - UFSCar,
sob a coordenação da Profa Dra Luzmara Curcino, em parceria com a professora de
Língua Portuguesa, Edileide Konichi, e com o supervisor José Maria Loureiro
Diniz, na EMEB Dalila Galli, junto aos alunos do 7º ano do ensino fundamental
II, que consistiu no apoio a atividades de leitura e de produção escrita de
textos do gênero poesia, em especial, de cordel. O objetivo de nosso projeto
foi o de levar à sala de aula formas populares de expressão da cultura
brasileira, por meio da poesia, apresentando-lhes o gênero Cordel, a sua origem
sociocultural, as suas formas de produção e circulação peculiares, a sua
estrutura formal e rítmica. Desse modo, objetivamos promover a leitura
oralizada e dramatizada, em sala de aula, a interpretação dos temas e dos
recursos empregados em sua expressão simbólica, poética e regional, assim como
estimular a escrita desse gênero e de outros textos de gênero poético. Para
tanto, empreendemos a leitura de diversos poemas brasileiros de variadas
origens e períodos literários – de sonetos clássicos a poemas concretistas, de
modo a explorarmos as diferenças e semelhanças de estruturas formais e rítmicas
próprias de textos desse gênero; procedemos em seguida à interpretação
coletiva, em sala de aula, desses
poemas; e, por fim, incentivamos a produção textual de poemas diversos e
de cordéis, em específico, que foi então exibida na Feira do Conhecimento,
promovida pela escola EMEB Dalila Galli,
no 2º semestre de 2014. Além da
exposição das produções textuais dos alunos, tal como tradicionalmente os
cordéis são expostos em feiras, a mostra na Feira consistiu na leitura
dramatizada, pelos alunos, do cordel “A menina que dançou depois de morta”, de
J Borges, o mais conhecido xilogravador do Nordeste. As diversas atividades de
leitura e de escrita de poemas e cordéis promoveram não apenas o conhecimento
desse tipo de texto como também a sua apreciação estética, por parte dos alunos,
que se engajaram na escrita de textos bem como em suas sucessivas reescritas,
frente às correções e sugestões empreendidas pela professora regente e por nós
bolsistas ao longo das aulas. Esse processo permitiu-lhes compreender que a
produção poética não diz respeito à capacidade de que apenas alguns indivíduos
disporiam para a produção desse gênero, mas também, e sobretudo, ao esforço
individual e coletivo, ao trabalho de descoberta e de produção intensos, à
reflexão e reescrita sucessivas que estão implicadas em toda e qualquer
atividade de criação.
Palavras-chave: Poesia. Cordel. Literatura. Leitura.
Produção de texto.
UM (POSSÍVEL)
PARALELO ENTRE A TEMÁTICA DA MORTE EM
JUAN RULFO E
GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ
Autor: Gabriel Henrique Miletta
(gabriel_miletta@yahoo.com.br)
Orientadora: Profª. Drª. Joyce Ferraz
Infante (ferrazrj@uol.com.br)
Letras: Português/Espanhol –
Universidade Federal de São Carlos
Esta pesquisa objetiva analisar alguns elementos que
compõem a complexa estrutura narrativa do único romance do escritor mexicano
Juan Rulfo, Pedro Páramo (que teve sua primeira edição original em 1955), em
comparação com o livro de contos do escritor colombiano Gabriel García Márquez,
Ojos de perro azul, lançado em 1974.
A análise partirá de dois pontos centrais, que se
apresentam como traços comuns a ambas as obras: a temática da morte (como uma
presença inevitável e como síntese de toda uma experiência de vida) e as vozes
dos narradores, que contam post mortem suas histórias. Por conta do rompimento
das barreiras existentes entre a vida e a morte, as personagens (tanto do
romance quanto dos contos) nos mostram uma atmosfera narrativa guiada e
relatada por mortos. Para a realização da análise, será utilizada a obra já
citada de Juan Rulfo em paralelo com alguns contos selecionados do livro de
García Márquez. Vale ainda destacar, por fim, que em dezembro de 2003 o
escritor colombiano Gabriel García Márquez declarou, durante um programa de
rádio, que Juan Rulfo proporcionou a ele um caminho para continuar seus livros,
e que o descobrimento desse escritor mexicano será um capítulo essencial de
suas memórias.
Palavras-chave: literatura hispano-americana; Gabriel
García Márquez; Juan Rulfo; narratologia.
PELO SERTÃO:
DESLOCAMENTO, ESPAÇO E SUBJETIVIDADE EM LIVRO DOS HOMENS, DE
RONALDO CORREIA DE BRITO
Gabriel Capelossi Ferrone
(gabrielcapelossi@hotmail.com); Juliana Santini (jsantini@fclar.unesp.br)
Letras – Faculdade de Ciências e
Letras/UNESP – campus Araraquara
CAPES.
O presente trabalho trata-se de uma Iniciação Científica
que busca, a partir de questionamentos de G. Wink e M. de Certeau sobre as
definições de espaço e as relações entre elas, problematizar as diferentes
representações deste conceito no âmbito literário; tomando-o não apenas como
uma representação geográfica da narrativa, mas, sim, como um conjunto de
dimensões sociais, históricas e subjetivas que influem no âmbito da
espacialidade artística. A partir disso, este projeto propõe uma reflexão sobre
o modo como o sertão é representado na ficção de Ronaldo C. de Brito,
especialmente no livro de contos Livro dos homens, de 2005. Sertão este que,
associado à obra de Brito, é intimamente ligado a questões de identidade,
transitoriedade e fixidez de suas personagens, como ocorre em O que veio de
longe, primeira narrativa do volume, em que, a partir do relato popular,
cria-se a figura de um santo e, com ele, toda uma identidade de um povo que não
conhece outros espaços. O trabalho demanda uma apreensão teórico-crítica de
conceitos a partir de pesquisas bibliográficas sobre espacialidade e
deslocamento na literatura brasileira contemporânea que, depois de terminadas,
colaborarão em análises narrativas individuais dos contos. Mesmo em fase
inicial, é possível afirmar que o sertão, em alguns contos, aparece como espaço
da tradição que, a partir da narrativa, evidencia um processo de construção
identitária sob as óticas da transitoriedade ou imobilidade das personagens.
Palavras chave: sertão, espaço, lugar, deslocamento,
literatura contemporânea.
O DESDOBRAR
DA POESIA: OS LIMITES DO INDIZÍVEL,
EM POESIA
LIBERDADE, DE MURILO
MENDES.
Cavelagna, Rodrigo. (Autor); Martha,
Diana J. B.(Orientadora)
rodcavelagna@gmail.com
Departamento de Letras, Universidade
Federal de São Carlos;
CNPQ - Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
O presente trabalho é parte de uma pesquisa acerca da
reflexão metalinguística que há em Poesia Liberdade (1947), de Murilo Mendes,
sobretudo no que se refere ao “desdobrar da poesia em planos múltiplos”, tema
caro na obra do poeta. No livro em questão são recorrentes as imagens da
Segunda Guerra Mundial, mas esse não é, a nosso ver, o movimento central da
obra. O poeta não busca apenas compreender a guerra e a função política e
social de seu trabalho, mas sim o que decorre dessa posição: a reflexão sobre
os limites de uma linguagem possível no contexto em que se insere – não só a
guerra, mas também a ditadura varguista e as questões da vanguarda artística.
Dessa busca derivam os temas centrais da obra: a perda da sacralidade da arte e
do poeta; a impossibilidade de alcançar o divino depois da consumação do pecado
original; a vida como espera, expectação, do fim dos tempos; a recorrência de
temas bíblicos e marxistas; e, principalmente, o papel redentor da poesia,
capaz de libertar o homem. Para desenvolver esta pesquisa faz-se necessário um
estudo da fortuna crítica sobre a poética de Murilo Mendes, baseado em
trabalhos consagrados como os de Candido (1958), Bosi (1994), Guimarães (1986),
Carpeux (1960), Araújo (2000), Moura (1995) e Campos (2004). Em seguida, será
feito um estudo sobre a lírica moderna, tendo como parâmetro os trabalhos de
Friedrich (1978), Hamburger (2007), além de largo estudo sobre as vanguardas,
pois a proposta do livro de Mendes atende grandemente à ideia de categorias
negativas, bem como articula religião e política, aspectos bastante discutidos
por ambos os críticos, por meio de um discurso de vanguarda. Após esse estudo,
passaremos para a análise do corpus selecionado, composto de quinze poemas,
visando compreender o que causa e o que resulta dessa preocupação
metalinguística. Para isso, seguiremos de perto as reflexões de Walter
Benjamin, suas teorias sobre: as consequências do trauma; as teses “Sobre o
conceito de história” (1940); a perda da aura na arte; a construção das imagens
dialéticas; os estudos sobre linguagem e tradução – ponto em que nos
aproximaremos de Derrida (1987). Nosso percurso partirá sempre do poema,
visando abrir as interpretações de Poesia Liberdade, de maneira hermenêutica.
Palavras-chave: Murilo Mendes; Poesia Liberdade;
metalinguagem; Walter Benjamin; desdobrar.
CONTRADIÇÕES
DA EXPRESSÃO LITERÁRIA DO MODERNISMO NA REVISTA RAÇA (1927-1934) DO MUNICÍPIO
DE SÃO CARLOS/SP
Mayra de Souza Fontebasso
(mayra.fontebasso@gmail.com)
Orientador: Prof. Dr. Wilton José
Marques
Licenciatura em Letras, UFSCar
CNPq/PIBIC
Fruto da pesquisa Os modernistas e a revista Raça
(1927-1934), que analisa parte da produção literária de escritores como
Cassiano Ricardo e Menotti Del Picchia, vinculados ao verde-amarelismo do
modernismo brasileiro, além de colaborações de Carlos Drummond e Mário de
Andrade para compreender em relação tais produções na revista e o contexto
histórico de então; este trabalho, possível graças ao acervo pessoal do
jornalista são-carlense Octavio C. Damiano aos cuidados da autarquia municipal
Fundação Pró-Memória de São Carlos, apresenta a revista em suas principais
contradições. Pautado em estudos de historiografia literária posteriores às
etapas de investigação, levantamento e sistematização prévia de fontes
primárias de informação, os resultados iniciais apontam que as contradições
estéticas e políticas da época comuns ao momento literário dos anos 20 e 30
evidenciam-se na revista Raça, visto a publicação alinhar-se ao conservadorismo
das oligarquias paulistas desprestigiadas nas posições de poder da nova ordem
articulada após a instauração do regime republicano, embora simultaneamente
promova-se como legítima expressão de vanguarda (Viviane Gelado, 2006). Nesse
sentido, propomos a discussão sobre as contradições na expressão literária de
caráter modernista que, por sua vez, subjuga-se em Raça à exaltação dos
costumes da elite local – o que se verifica, dentre outros, a partir de seções
editoriais de tom encomiástico às grandes personalidades locais. Assim, tal
incoerência editorial ilustra certo servilismo devido ao financiamento
provavelmente recebido pelos editores e advindo de membros da oligarquia, e
certo populismo justificador de grande parte do consumo de suas obras (Antonio
Candido, 2007). Estas tematizarão a “resuscitação de bandeiras heroínas”
(Editorial, n. 1) em referência ao bandeirismo paulista, aderindo a um ideário
nativista que sobrevaloriza o dado local invocando um imaginário popular que
culmina com a concepção de novos personagens míticos – e paulistas – para o
país que então passava por um movimento de necessárias “renovação” e
“integração” nacionais (Edgar Carone, 1965). Conclui-se, pois, que o espírito
de vanguarda entoado pelo projeto da revista Raça, tributário de artifícios que
remontam ao Romantismo com a finalidade de defender o status quo da oligarquia
ressentida de então, permitem caracterizar a publicação como a expressão
literária contraditória de uma falsa vanguarda modernista, nos termos de
Antonio A. Prado (2010).
Palavras-chave: Revista Raça (1927-1934). Modernismo
Verde-Amarelo. Falsa Vanguarda. Bandeirismo Paulista. Fundação Pró-Memória de
São Carlos – SP.
O CÂNONE EM
RELEITURA: O OLHAR FEMININO DE NATÁLIA CORREIA NA OBRA D.
JOÃO E JULIETA
Oliveira, Andrezza J. P. (IC);
Valentim, Jorge V. (O);
andrezza.jaquier@gmail.com,
jvvalentim@gmail.com
Departamento de Letras, Universidade
Federal de São Carlos
O presente trabalho resulta da pesquisa que objetiva
analisar a peça D. João e Julieta da escritora portuguesa Natália Correia,
buscando entender a dessacralização e, por consequência, a desconstrução do
mito de D. Juan e da personagem shakespeariana Julieta, ligadas pelo viés
estético de uma escrita feminina, a partir da lição deixada por Agustina
Bessa-Luís (1985), para quem as mulheres têm uma capacidade sensível de olhar
para coisas que os homens ignoram. Natália Correia foi uma importante escritora
no cenário português. Sempre engajada, principalmente, com as questões
femininas e com a busca da liberdade política e social para as mulheres,
algumas de suas obras foram obscurecidas pela ditatura salazarista, sobretudo,
o seu teatro. Nesse contexto, de gavetas encerradas, encontra-se a obra a ser
estudada, escrita em 1959, mas que só se tornou conhecida do público em 1999,
após a morte da autora, motivo pelo qual muito pouco se encontre em termos de
estudos sobre a obra. Esta possui três atos e, como o próprio título enseja,
apresenta o encontro de duas personagens consagradas por autores masculinos no
teatro mundial: o mito de D. Juan com a personagem Julieta, da conhecida obra
de Shakespeare Romeu e Julieta. Porém, ambos são desconstruídos por Natália: o
primeiro está velho e cansado das conquistas amorosas, não está mais na posição
de sedutor. Ele, agora, é seduzido por Julieta, que encarna Vênus, a própria
deusa do amor, e chega ao âmago do conquistador que, convencido da sua alma de
Romeu, escolhe junto a sua amada o suicídio no mar. Deste modo, o mito
donjuanesco é reconstruído dentro do universo português, com nítidas
inferências camonianas, como aquela em que o poeta declara as mudanças nos
papéis dos atores no ato amoroso: “Transforma-se o amador na coisa amada / Pela
virtude do muito imaginar.” Entretanto, no fim do terceiro ato, descobrimos que
Julieta é uma paciente fugida de um manicômio, cuja loucura a faz realmente
crer que é aquela de Verona. Longe, portanto, de toda a melancolia da tragédia
lírica de Shakespeare, observa-se um efeito cômico que conduz ao desconcerto
ironizante ao amor fulmen. A obra é muito rica em termos de composição, posto
que, além dos personagens principais, há todo o círculo social de D. João,
presente no baile de máscaras fornecido por ele. Cercado de hipocrisia, cabe ao
anfitrião desmascarar tais situações, confirmando, assim, a máxima de Ian Watt
(1997), para quem o mito donjuanesco não difere essencialmente das pessoas a
sua volta, ele só é mais corajoso.
Palavras-chave: Escrita feminina; Teatro português;
Natália Correia.
O CONVÍVIO DE
LÍNGUAS EM CIUDAD DEL
ESTE, PARAGUAI
Autora: Sara Regina Jorge Braga,
Orientadora: Profa Dra Rosa Yokota.
E-mails: sarabraga86@gmail.com –
rosayokota@yahoo.com
Curso de Letras – Universidade
Federal de São Carlos – UFSCar
Este trabalho tem como objetivo investigar a situação
linguística do Paraguai, e mais especificamente de Ciudad del Este (Cidade do
Leste, em português). Através de entrevistas a um grupo de pessoas desta
cidade, buscamos mostrar como é a relação dos participantes com as línguas que
são oficiais no país, o castelhano e o guarani, e também, com o português,
língua adicional bastante utilizada devido à grande circulação do comércio e da
forte presença de brasileiros nesta região. Também visamos compreender a
relação destas pessoas com o que se classifica como yopará (definição em
castelhano) e jopará (definição em guarani). Para entender como se formou a
distribuição linguística desta região, abordamos brevemente aspectos
históricos, desde chegada de colonizadores europeus nesta região da América do
Sul até os dias atuais no país. Da sociolinguística, tomaremos termos como
“bilinguismo” e “diglossia” e analisaremos, especificamente, o caso da região
de Ciudad del Este. Através de uma seleção de perguntas para compor um
questionário, elaboramos algumas seções de entrevistas, nas quais almejamos
compreender a importância dada por este grupo de pessoas às línguas faladas no
país, e, mais especificamente, na cidade em que foi feita a coleta de dados
desta pesquisa. Pudemos concluir com este trabalho que existe de fato uma
relação diglóssica no Paraguai, na qual cada língua possui seu âmbito
extremamente delimitado, sendo o castelhano a língua formal, utilizada em
contextos profissionais e acadêmicos, e o guarani a língua informal, utilizada
em situações familiares. Dada esta situação, temos claramente a divisão entre
línguas de maior e menor prestígio, respectivamente, conceituado por Meliá
(1986). Há ainda a presença do português, como língua presente nas situações de
comércio. Está presente também o jopará, “produto linguístico” para o qual
ainda não há uma definição. Porém, muitas pessoas o classificam como uma
“mistura” de línguas, com presença de ambos os idiomas oficiais, castelhano e
guarani, e algumas, já o utilizam como um sinônimo do que seria, atualmente, o
guarani.
Palavras-chave: Castelhano, guarani, jopará, Paraguai.
AS FIGURAS DO
PÁRIA NA LITERATURA ANGOLANA:
O SUJEITO
(IN) VISÍVEL EM CONTOS
DE JOÃO MELO
Argemira, Paloma da S.(G)¹; Valentim,
Jorge V(CO)².
¹Discente do Curso de Licenciatura em Letras
da Universidade Federal de São Carlos
²Docente do Departamento de Letras da
UFSCar e Coordenador do Programa de Pós- Graduação em Estudos de Literatura da
UFSCar
*palomaargsilva@gmail.com
O escritor angolano João Melo nasceu em Luanda, em 1955.
Produziu doze obras de poemas, além disso, cinco obras de contos e um ensaio,
destacando-se como um escritor fundamental nas Literaturas Africanas de Língua
Portuguesa. O objetivo deste trabalho é analisar os seguintes contos: “Tio, me
dá só cem” e “O Feto” (da obra Os filhos da Pátria, 2008) por meio do viés
sociológico (CANDIDO, 2004), centrando-se na figura do pária, e do mesmo modo,
apontar a crise de identidade unida ao discurso dos personagens. O sujeito
pária é retratado, com base em
Eleni Varikas (2014), como o invisível, o sem lei, e inserido
numa “classe de homens” considerada indigna de participar dos benefícios da
sociedade. Para a análise dos dois contos, apoiaremo-nos, igualmente, na teoria
pós-colonial, com base em
Inocência Mata (2011) que descreve a importância destes
estudos nas literaturas africanas de língua protuguesa, uma vez que contribui
para formular uma crítica que se torne uma “estratégia de resistência a
sistemas de conformação da tendência hierarquizante da diferença, por exemplo,
o eurocentrismo”. Além disso, também nos deteremos na efabulação da narrativa e
dos personagens, objetivando observar o lugar a que estes sujeitos são
destinados, qual seja, a margem da invisibilidade. Conforme Bauman (1998), todas
as sociedades geram estranhos, ou seja, um conjunto de pessoas que não se unem
na relação cognitiva, moral ou estilística do mundo. Ademais, o autor propõe
através dos contos destacar a crise de identidade em que o país se encontra, o
que é fulcral nos contos, pois os dois personagens principais sempre são
motivados em seus discursos por terem sido expulsos de suas terras, em virtude
das guerras e da dominação colonial. De acordo com Candido (2004, p. 175), a
tríade autor, obra e público está totalmente interligada, uma vez que o autor
quando cria a sua obra propõe valores morais e intelectuais, gerando assim um
sentindo na qual vai “confirmar e negar, visa e denuncia, apoia e combate,
fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas”.
Palavras-chave: Literatura angolana – Pária – Identidade –
João Melo.
A TÉCNICA
TOTAL PHYSICAL RESPONSE (TPR) NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS (LIC):
CONSIDERAÇÕES SOBRE A MOTIVAÇÃO NOS ALUNOS
Monique
Vanzo Spasiani - moniquespasiani@gmail.com
Sandra Regina Buttros Gattolin
(orientadora) - sandragattolin@gmail.com
Letras - Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar)
Apesar de seu crescente e mundial reconhecimento
linguístico e pedagógico, o processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa
(LI) no Brasil ainda é bastante problemático, principalmente se observarmos a
esfera educacional pública do país. Ao transpormos essa questão para o
ensino-aprendizagem de LI para Crianças (LIC), o problema se agrava ainda mais,
uma vez que, dentre outras barreiras, há a não obrigatoriedade do ensino de
Língua Estrangeira (LE) nos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF) da rede
pública e a ausência de profissionais formados e capacitados para ensinar LE na
infância. Assim, dadas essas ausências e falhas, este trabalho pretende
investigar, bem como propor, atividades alternativas que sejam pertinentes e
direcionadas ao ensino-aprendizagem de LIC, oferecendo ao docente maior
sistematização e não o deixando à mercê do livro didático ou de suas intuições.
Para isso, planeja-se testar a técnica Total Physical Response (TPR),
desenvolvida por James Asher, e avaliar os seus possíveis resultados nesse
campo, já que, de acordo com alguns autores (GATTOLIN, 1998; NORTE, 1992; entre
outros),ela proporciona uma atmosfera motivadora e explora todo o potencial de
aprendizagem de crianças, as quais podem “[...] interessar-se por tópicos
complicados, difíceis e também abstratos, desde que se sintam confortáveis, ou
seja, livres de pressão e motivadas.” (ROCHA, 2009, p. 250). Segundo
Larsen-Freeman (2000), o TPR propõe o ensino de LE em um contexto de comandos e
ações, aproximando o seu aprendizado com o da Língua Materna (LM) e garantindo
uma experiência agradável aos alunos. Por meio de uma metodologia qualitativa
de cunho interpretativista, busca-se fazer isso em contexto de um instituto de
idiomas, com alunas de aproximadamente 9 anos de idade, ambas matriculadas no
4o ano do EF, por um período de aproximadamente 2 meses. Entende-se que os
resultados alcançados podem em muito contribuir para o ensino-aprendizagem de
LIC no contexto brasileiro, orientando as práticas pedagógicas dos
profissionais da área de ensino de LE e apresentando-lhes diferentes maneiras
de lidar com essa faixa-etária em sala de aula.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem de LE. Ensino de
inglês para crianças. LIC. TPR. Motivação.